UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE
INICIAÇÃO A DOCÊNCIA
TEATRO-LICENCIATURA
COORDENADORA DE
ÁREA: Fabiane Tejada da Silveira e Vanessa Caldeira Leite
ACADÊMICO: Diego
Fogassi Carvalho
INTRODUÇÃO
A formação e às experiências práticas que vivenciei por intermédio do
programa institucional de bolsas de iniciação a docência, o PIBID, da área de
teatro foram muitas. Essas experiências serão difíceis de serem expressas em um
pequeno relatório como este, por isso gostaria de ressaltar a oportunidade de
participar de um projeto como este que além de marcar significativamente minha
formação, tenha marcado profundamente também minha vida como futuro docente.
Tive a oportunidade de participar neste projeto desde seu inicio, em maio
de 2010, quando em nossa área, de teatro, fomos encarregados de ler e discutir
os PCN’s , parâmetros curriculares nacionais, e o OCEM, orientações
curriculares para o ensino médio, no que tangencia as artes, não somente do
teatro, mas no ensino de música, dança e artes visuais, e por meio deste,
através de muitos estudos e diálogos chegamos a diversas conclusões pertinentes
sobre a realidade da educação brasileira e de como pretendemos não apenas somar
numericamente o quadro docente das escolas mas sim, através do ensino de artes
e especificamente do ensino de teatro, instruir os alunos para além do âmbito
escolar. No meio destes processos de intenso estudo também visitamos as escolas
onde iríamos desenvolver nossas ações e através destas visitas, por meio de
inúmeras entrevistas, diálogos e mesmo observações, montamos um vasto
diagnostico sobre a realidade da escola no que compete ao ensino de artes,
teatro, e mesmo um panorama superficial do ensino e da realidade do ambiente
geral. No meu caso especificamente fomos ao Instituto Estadual de Educação
Assis Brasil onde neste primeiro momento pudemos notar a demanda dos alunos por
um grupo ou mesmo oficinas de teatro na escola e assim tornou-se possível
reunir-nos em nosso grupo de área para estipular nossos planos de ação na
escola nesta direção. Após esta apresentação, apresentamos nossos estudos dos
PCN’s, as OCEM e artigos e textos onde foi possível refletir sobre as diversas
realidades de todas as áreas e mesmo dialogar sobre nossos processos de trabalho
na escola.
ATIVIDADES DE TEATRO
Após este período de estudos, foi possível vivenciar experiências práticas
na escola para com o teatro, principalmente durante a semana da educação que é
realizada entre a escola Assis Brasil e com o Colégio Pelotense para os alunos
do curso normal, de magistério. Durante esta semana reunimo-nos com a
coordenação da escola e do evento e montamos uma oficina para trabalhar o
ensino de teatro para todos estes que futuramente serão docentes também, a
oficina teve uma duração rápida mas fora extremamente proveitosa de todas as
formas, trabalhando principalmente o corpo dos professores, seguindo aquilo que
Augusto Boal dizia: “Os atores tem que trabalhar o seu corpo para melhor
conhecê-lo e torna-los mais expressivos”
Uma vez que trabalhando o corpo do ator, no caso os corpos dos alunos
futuros professores, aqueles que na escola fazem o curso de magistério junto
com o ensino médio, conseguimos auxiliá-los a terem mais expressividade e mesmo
uma linguagem mais próxima do aluno que em breve estes futuros professores irão
ter e assim possam aproximar-se dos mesmos.
Após este evento em conjunto com os demais integrantes da área de teatro
que foram designados a esta escola, resolvemos tentar reestruturar um grupo
independente de teatro, fazendo dois dias de oficinas onde poderíamos propor
jogos á alguns alunos e assim estimulá-los a continuarem com um grupo de
teatro.
Em seu livro, Sandra Chacra comenta estudos biológicos que definem a
necessidade do homem de improvisar para sua sobrevivência, comenta inclusive
que se a mente humana nutre-se de alimentos e nutrientes, a mente humana
alimenta-se de símbolos, podemos assim ter uma nítida e clara ideia da proposta
da autora e, pelo menos do meu ponto de vista, concordar com a necessidade de
que temos de nutrir nossa mente com o simbolismo que o fazer teatral nos traz,
assim, vemos que não somente no campo social, mas no próprio campo biológico e
psicológico o teatro tem sua importância no desenvolvimento do homem.
Após este inicio de atividades, durante as férias houve um breve recesso
nas atividades práticas, onde continuamos com os estudos e montagens de
relatórios das atividades realizadas. No ano de 2011 recomeçamos as atividades
com diversas manifestações teatrais, onde fiquei responsável pela estruturação
de um dos grupo de teatro na escola para alunos da 6ª a 8ª serie, neste momento
trabalhei com um grupo de aproximadamente 15 alunos durante o ano, onde foi
possível além de propor muitas atividades com os jogos teatrais também
conseguimos montar uma pequena esquete com alguns alunos para apresentar no
Instituto Federal Sul Rio-Grandense, o IFSul. O trabalho apresentou vários
resultados extremamente positivos, tanto da parte daqueles que viram o produto
final como daqueles que durante o processo acompanharam a evolução dos alunos
como cidadãos.
No último semestre do ano também trabalhei em conjunto com outros colegas
no “Teatrando no PIBID” nesta atividade trabalhamos com diversos alunos de
outros cursos, bem como da comunidade de Pelotas em geral, realizando oficinas
que permitiram a experiência de muitos para com o teatro.
ATIVIDADE INTERDISCIPLINAR
Durante este mesmo ano de 2011 foi realizado na escola atividades que
reuniu as 5 áreas que trabalhavam juntas na escola, áreas de sociologia,
letras, historia, filosofia e teatro. As atividades que nosso grupo organizou
foram uma atividade de teatro do oprimido para com os professores onde pudemos
conversar sobre as relações entre professor – aluno, onde discutimos como fazê-las
para que elas sejam mais igualitárias. Realizamos uma oficina mensal onde
instalamos no pátio um espaço de protesto onde os alunos poderiam protestar
sobre os problemas que os mesmos enfrentam na escola e assim conseguimos
levantar os vários temas, como: a alienação da sociedade, a homofobia e sobre a
tolerância religiosa. Todo este processo foi uma experiência maravilhosa tanto
para os alunos como para problemas para com a parte diretiva da escola. Também
escolhemos uma turma do curso normal onde trabalhamos com diversas músicas que
tornaram possíveis debates sobre nós, bolsistas do pibid, que conseguimos
pensar além das nossas áreas, refletindo sobre um contexto mais amplo.
CONCLUSÃO
Após esta experiência com diversas oficinas, dois anos de muito trabalho
e muitos estudos, trabalho não apenas disciplinar, mas também um trabalho
interdisciplinar extremamente bem elaborado e que atendia a diversos alunos da
escola, posso dizer que orgulho-me de ter participado deste projeto e junto com
ele evoluído muito como futuro docente e
cidadão. Posso dizer que esta experiência que obtive me auxiliou a ver como o
teatro influencia na vida dos alunos, realmente como um agente transformador
não apenas na educação, mas na vida.
Referências:
BOAL,
Augusto. Jogos para atores e não -
atores .Civilização Brasileira, 2002
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