A
montanha e o videogame –
Duarte Júnior
A
capacidade que temos de sentir o mundo, Aisthesis em grego, é
denominada estesia. Nossa relação com o mundo é primeiramente
pelos sentidos corporais e os pensamentos ou reflexões surgem
posteriormente.
No
presente momento, aparentamos uma insensibilidade crescente, como um
mecanismo de defesa sobre a crise em que vivemos no mundo, crise
voltada à educação do intelecto e falha na educação do sensível,
na educação da estesia. Percebemos que, “perder tempo com os
prazeres estésicos e estéticos […] equivale à perda de dinheiro
e de bons negócios” (p. 28). Nós educadores, devemos aprimorar a
sensibilidade de que nosso corpo é favorecido.
Dentro
da dimensão estética há cinco temas necessários como ponto de
partida para o desenvolvimento de algum projeto, primeiro, atenção
à nomenclatura que já vem embutida de uma filosofia, portanto
“aponta para uma determinada metodologia; segundo, atenção aos
porquês da identificação histórica da arte-educação com as
artes plásticas; terceiro, lembrar-se que a literatura tem grande
teor estático e não apenas de ensino de língua portuguesa; quarto,
lembrar-se do corpo que aprende arte e não só a mente; quinto, é
imprescindível a experiência numa dimensão de educação estética
e, não deve-se esquecer da autoexpressão e da reflexão.
Partindo
destes temas, dá-se a defesa da arte como forma de conhecimento,
como signo do sensível no saber humano e que deve ser praticada.
Juliana
Caroline da Silva
A
educação dos sentidos - Rubem
Alves
Nós,
seres humanos, utilizamos ferramentas para conseguirmos tudo que
precisamos para viver. Tais ferramentas podem ser facas, canetas,
óculos, computadores, ou outros objetos e, também podem ser
habilidades como falas, andar e construir. Muitas ferramentas são
adquiridas no quotidiano, porém, a arte de pensar possibilita a
criação e construção de novas ferramentas. Como pedagogos,
devemos nos questionar se estamos ensinando a arte de pensar, de
criticar, ou se ensinando uma ferramenta e, neste caso, para que ela
serve.
Junto
com as ferramentas que são inventadas para aumentar o poder do corpo
temos as coisas consideradas inúteis pelo fato de servirem apenas
para dar prazer, que não se justificam pela utilidade que recebem,
mas pelo prazer e alegria que proporcionam, assim como a vida.
Portanto, pode-se dizer que as ferramentas úteis servem como caminho
para viver. Tais ferramentas inutilmente prazerosas não são usadas
para levar-nos a algum lugar, existem para nos proporcionar
sentimentos, para serem gozadas.
A
inteligência precisa ser provocada, instigada, para assim fazer
coisas incríveis. Segundo Rubem Alves, “Nossos sentidos - visão,
audição, olfato, tato e gosto - são todos órgãos de fazer amor
com o mundo, de ter prazer nele”. Portanto, porque não ver o mundo
com olhos que vão além das ferramentas e encontram o prazer nas
coisas? Isso deve ser ensinado nas escolas tanto quanto a arte de
escutar, as crianças querem ser ouvidas assim como os adultos e,
devem ser ouvidas, pois é dos sonhos que elas contam que nasce a
inteligência delas.
“Há
coisas que só se aprendem se não se sabe que está aprendendo e que
só se ensinam quando não se percebe que está ensinando.”
Portanto, deve-se aprender a ensinar a educar os sentidos para deixar
de “usar” o mundo e sim “fazer amor” com ele e tudo que há
nele.
Juliana
Caroline da Silva
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